Sessão proporcionou a abordagem das aplicações do BIM na construção e no urbanismo
A Gaiurb reuniu mais de 50 técnicos da empresa para apresentar os desenvolvimentos alcançados no âmbito do projeto CHEK - “Change Toolkit for Digital Building Permit”. Este projeto europeu está integrado no programa Horizonte Europa e financiado pela União Europeia e envolve um consórcio de 19 parceiros de 11 países, incluindo quatro municípios europeus.
Na abertura da sessão, que promoveu um debate ativo entre os técnicos, presidente do Conselho de Administração da Gaiurb, António Miguel Castro, salientou a importância do CHEK para a empresa, para Portugal e para a Europa, considerando que o projeto demonstra o reconhecimento internacional da Gaiurb e a sua capacidade de inovar através da aquisição de conhecimentos e da experimentação de soluções de vanguarda a nível mundial.
O presidente do CA incentivou os técnicos a integrarem ativamente a transição digital da empresa, salientando o impacto positivo na simplificação e atratividade do licenciamento urbano, bem como na melhoria dos serviços ao cidadão.
Este evento marcou também um momento importante para a Gaiurb, pois evidenciou os resultados da transição digital iniciada em 2013. Um dos destaques foi a criação de um gémeo digital da cidade, que permitirá a verificação automatizada das regras de licenciamento urbano com base em modelos IFC/BIM. Para além disso, a iniciativa visa disponibilizar informação territorial de qualidade, contribuindo para uma gestão sustentável e eficiente do espaço urbano.
Com o CHEK, a Gaiurb reforça a sua posição de empresa inovadora no panorama europeu, promovendo soluções digitais que beneficiam diretamente a sociedade e impulsionam a modernização do sector do urbanismo.
O projeto CHEK - Change toolkit for digital building permit é um projeto com a duração de três anos financiado pelo programa Horizon Europe da UE (G.A. No. 101058559)
Mais rapidez na ordem dos 50%, maior valorização do trabalho humano, mais precisão e objetividade, transparência e escalabilidade, taxas fiscais justas, novos métodos de análise para novos desafios, diminuição de emissões de CO2 e redução de consumo de papel e de recursos são algumas das vantagens do projeto CHEK apontadas por António Miguel Castro.
O principal objetivo da CHEK é a digitalização dos procedimentos de controlo prévio da construção de edifícios, substituindo os sistemas analógicos por processos digitais baseados em modelos BIM (Building Information Modelling), gémeos digitais e sistemas de informação geográfica tridimensional (3DCityGML). A equipa técnica da Gaiurb apresentou os conceitos e metodologias BIM, a evolução da sua integração na atividade da empresa e os avanços específicos no âmbito do projeto CHEK.
A sessão proporcionou a abordagem das aplicações do BIM na construção e no urbanismo, enquanto metodologia de partilha de informação e de colaboração entre todos os intervenientes e durante todas as fases do ciclo de vida de uma construção, que se apoia num modelo digital, acessível por software e que permite a manipulação virtual dessa mesma construção.
Em termos práticos, o BIM permite que todas as partes envolvidas em um projeto (arquitetos, engenheiros, construtores, clientes, etc.) compartilhem informações e trabalhem de maneira colaborativa, o que resulta em um processo de construção mais eficiente, com menos erros e desperdício de recursos.
São vários os benefícios desta metodologia de partilha da informação: Eficiência e Redução de Custos, com melhorias no planeamento e gestão de recursos, além de identificar problemas antes da execução; Colaboração Melhorada; Simulação e Análise (é possível simular o comportamento de um edifício, ajudando a tomar decisões mais informadas); Gestão do Ciclo de Vida (gerir a operação e manutenção de um edifício durante toda a sua vida útil); Visualização (o uso do modelo 3D permite uma melhor visualização do projeto, facilitando o entendimento de todas as partes envolvidas, além de identificar e corrigir erros no planeamento antes de serem implementados).
Para além de representar visualmente a construção, incluindo dados sobre o desempenho, materiais, cronogramas, custos, manutenção e outros aspetos importantes do ciclo de vida do projeto, o BIM permite também que todas as partes envolvidas em um projeto (arquitetos, engenheiros, construtores, clientes, etc.) compartilhem informações e trabalhem de maneira colaborativa, o que resulta em um processo de construção mais eficiente, com menos erros e desperdício de recursos.
No âmbito da atividade da Gaiurb, o BIM já percorreu um caminho significativo, com resultados muito positivos que importa recordar: 2012, Início dos processos digitais NoPaper; 2013, lançamento primeiros três produtos NOPaper; 2016, reconhecimento do NOPaper como um projeto Smart City; 2017, utilização de tecnologia Laser em projetos públicos; 2018, apresentação do projeto GAIA BIM, receção de ficheiros BIM (IFC); 2019|2020, início dos trabalhos de investigação em parceria com a CYPE. Candidatura ao CHEK.
A integração do BIM no Nopaper é um dos exemplos a destacar no quadro dos projetos em curso: inicio no dia 1 de outubro de 2018; entrega dos modelos BIM em formato IFC opcional; a fase do projeto piloto procurou avaliar os impactos da receção, analise e aprovação de um modelo 3D BIM em substituição futura dos projetos de arquitetura em 2D; até dezembro de 2024, foram rececionados mais de 600 ficheiros IFC com projeto arquitetura em BIM.
Os principais benefícios da implementação do BIM são a oportunidade de otimizar o tempo de resposta na análise e alterações de projeto, aumentando a eficiência; a melhoria significativa da análise urbanística e a tomada de decisões; e digitalização com BIM pode resultar em cidades digitais mais conectadas e eficiente, transformando o planeamento urbano.
A metodologia apresenta, contudo, alguns obstáculos: a resistência à mudança é um dos principais desafios na implementação do BIM, exigindo uma mudança de mentalidade; a necessidade de formação contínua dos profissionais para garantir a eficácia no uso do BIM; a integração de normas urbanísticas com modelos BIM requer colaboração efetiva entre diferentes entidades;
O futuro do BIM e da transição digital afigura-se desafiante e promissor, na medida em que se defende a integração da metodologia nas Smart Cities, numa lógica de promoção de cidades mais inteligentes e conectadas, assim como a digitalização para otimizar e melhorar os serviços públicos. O futuro do BIM será caraterizado pela automação, facilitando processos e aumentando a eficiência, assim como pelo uso de tempo real na gestão dos projetos.
A visão da Gaiurb de ser uma referência em inovação sairá robustecida com a utilização da tecnologia para se conectar com os cidadãos.